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Trombose em Pós Operatório
Eventualmente precisamos passar por algum procedimento cirúrgico. Não importa se é eletivo, urgência ou emergência; se o procedimento é estético, reparador ou funcional. Todos os procedimentos oferecem algum risco, baixo ou alto para o aparecimento da Trombose. Portanto é de suma importância conhecer quais são os riscos, e mais importante ainda, saber como preveni-los.
A Trombose
Rudolph Virchow (1884) propôs que a trombose era o resultado de ao menos um de três fatores etiológicos: lesão vascular endotelial, estase de fluxo sanguíneo e hipercoagulabilidade sanguínea.
O tromboembolismo venoso (TEV), é uma das causas mais comuns no pós operatório e a causa de óbito hospitalar mais evitável no pós-operatório. Engloba duas complicações principais: Trombose Venosa Profunda (TVP) e Trombo Embolismo Pulmonar (TEP). A TVP (trombose) pode ocorrer em qualquer local do sistema venoso, mas a maioria se inicia nos membros inferiores. O TEP (Embolia) ocorre como consequência da TVP, onde o coágulo formado se desprende e chega ao pulmão causando uma obstrução que pode ser fatal.
Todas cirurgias em geral podem algum tipo de risco para TEV,mas os traumas, Cirurgias de Urgência e alguns tipos de cirurgias eletivas tem risco aumentado.
Outros fatores de risco podem se somar e sempre devem ser analisados para determinar o grau do risco para a cirurgia proposta. Se existe uma história familiar de tev na família aumenta em 2,9 vezes, o uso de anticoncepcional pode aumentar até 4 vezes e Caprini desenvolveu um formulário que extratifica e conduz a profilaxia a ser utilizada no perioperatório.
Prevenção
A prevenção felizmente é eficaz, existindo muitas formas que podem ser utilizadas a depender do procedimento e risco de TEV. Algumas medidas podem ser realizadas em cirurgias eletivas como a suspensão de anticoncepcionais 30 dias antes e parar o cigarro pelo menos 3 semanas antes. A hidratação inicia-se durante a cirurgia e segue pela ingestão no pós operatório. A deambulação precoce deve ser sempre lembrada.
Meias elásticas e dispositivos de compressão são aliados cada vez mais frequentes.A meias de compressão são específicas e já vem preparadas para serem colocadas no centro cirúrgico. Os dispositivos de compressão pneumática fazem a compressão intermitente durante toda cirurgia e pós operatório. Estes dois mecanismos melhoram a circulação e estimulam a dinâmica dos fluídos no organismo.
Os anticoagulantes podem ser administrados, e cada procedimento tem seu protocolo de utilização. Eles podem ser utilizados por via subcutânea, no caso das heparinas de baixo peso molecular, ou via oral através dos inibidores do fator X. O tempo de utilização é variável podendo ser uma única dose até 35 dias como é no caso das próteses de quadril.
Como são os Sintomas?
Os sintomas são os mesmos de qualquer trombose, sendo os mais comuns dor e edema, geralmente unilaterais e podem se acompanhados de febre, escurecimento do membro. Outras vezes infelizmente a trombose é assintomática e o primeiro sintoma é decorrente da embolia pulmonar, sendo a falta de ar e tosse mais comuns, podendo ter também dor torácia e um pouco de sangue na expectoração.
Todo sintoma deve ser parecido deve ser informado imediatamente ao seu médico ou procurar imediatamente um cirurgião vascular. O diagnóstico é feito pelo Doppler Colorido no próprio consultório e o tratamento já iniciado de imediato.
O ideal é sempre se consultar com um cirurgião Vascular antes do procedimento para extratificar o risco e dar todas as orientações para prevenção e se necessário o retorno para uma avaliação no caso de suspeita de TEV.