Pseudoaneurismas após cateterização da artéria femoral ocorrem entre 0,5 a 1% das punções, na maioria após procedimentos endovasculares que utlilizam materiais de maior calibre. São relativamente comuns pelo aumento dos procedimentos endovasculares, principalemte quando há necessidade de anticoagulação contínua. Apesar da cirurgia ser eficaz, tem custo elevado e está associado a mais morbidade nos pacientes de alto risco. A injeção de trombina guiado por ultrassom corrige o pseudoaneurisma em mais de 90% (90 a 100%) dos casos com baixa taxa de complicações.
Pseudoaneurisma
O pseudoaneurisma de artéria femoral é um tipo de bolha na artéria femoral causado por uma lesão penetrante (como exemplo mais comum, após cateterismo). Esta abertura na artéria produz a saída do sangue formando um hematoma. Este hematoma forma uma parede ao redor, liquefazendo o seu interior e se tornando pulsátil.
Um pseudoaneurisma, é como qualquer aneurisma, só que não contém todas as camadas de uma parede arterial. Pode romper, sangrar ou causar perda do membro.
Facilmente identificado pelo ultrassom com doppler colorido, o pseudoaneurisma apresenta uma dilatação pulsátil ao modo B. Ocasionalmente o colo pode ser de difícil caracterização e exibe um fluxo bi-direcional (sistólico-diastólico).
Compressão por Ultrassom
Até 1991, a correção era exclusivamente cirúrgica, desde então surgiu o tratamento com compressão por ultrassom, ficando a cirurgia restrita a pseudoaneurismas de anastomoses e instáveis. Este novo tratamento pode diminuir a morbidade pós operatória e o risco de infecção.
A técnica de compressão por ultrassom espera a trombose espontânea, utilizando somente o trasdutor para visibilização direta e compressão do colo. A taxa de sucesso é alta e foi um grande avanço no tratamento principalmente em pacientes de alto risco. A compressão, porém, pode ser difícil e estas taxas podem diminuir em obesos, com sensibilidade local importante, pseudos profundos, de grande tamanho, presença vários lobos e em vigência de anticoagulação, podendo cair o sucesso para 50 a 70%.
Existem outras desvantagens da compressão por ultrassom. Cerca de 10% dos pseudos não podem ser tratados por que o fluxo não pode ser detido. A compressão é desconfortável para o paciente e para quem realiza, podendo demorar até 300 minutos. Complicações podem ocorrer, como a reação vasovagal, necrose de pele e Trombose Venosa Profunda.
Injeção de Trombina
Em 1996, Dr. Nicos Lapropoulous, introduziu o tratamento de injeção de trombina guiado por ultrassom. A trombina converte fibrinogênio em fibrina, ocorrendo a formação imediata de um coágulo de fibrina mesmo na presença de antiplaquetários ou anticoagulantes.
A técnica compreende em acompanhar, pelo modo B, a entrada da agulha (facilmente identificada por causa de sua ecogenicidade) no centro do pseudoaneurisma. Então aciona-se o modo color, e injeta-se lentamente a trombina, tomando o cuidado de não aspirar para não coagular dentro da seringa. O resultado é a rápida trombose da cavidade do pseudoaneurisma, sendo visibilizado ausência de fluxo colorido.
Usualmente, utiliza-se menos de 500 UI de trombina, podendo variar de 50 UI a 1000 UI. As complicações ocorrem entre 0,5 a 1,3%, e na grande maioria relacionadas a erros de técnica, como injeção intra-arterial, intravenosa (TVP) e Tromboembolismo Venoso.
São poucas as contraindicações, e entre elas incluem a alergia a trombina (rara), ausência de colo e pseudo anastomóticos. O diâmetro e extensão do colo tem sido comentado como possíveis contraindicações, mas não existe na literatura dados que suportem esta informação.
Injeção de Trombina Guiado por Ultrassom é uma ótima opção no tratamento de pseudoaneurismas iatrogêncos, e devido a altas taxas de sucesso e baixas complicações tem sido preferida como primeira opção por alguns centros.
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