O que é Escleroterapia?
Os vasos indesejados nas pernas são consequencia de problema circulatório. Para tratá-los, a medicina desenvolveu nos últimos, aproximadamente, 60 anos métodos cirúrgicos e os não cirúrgicos – a Escleroterapia. Este tratamento é indicado para vasinhos, microvarizes ou varizes e visa o desaparecimento dos vaso indesejados.
Há diversos tipos de escleroterapia. Cada um, indicado para veias doentes com características específicas (calibre e localização da veia, por exemplo). Por isso é tão importante realizar consulta médica antes de iniciar o tratamento. A escleroterapia mais comum é conhecida como aplicação para varizes ou secagem de vasinhos. Utilizada tanto para estética quanto para o tratamento de dor e edema causados pelas varizes.
Ela pode ser Química ou Física e funciona da seguinte forma:
Escleroterapia Química
Líquida, Espuma ou Congelada
Introduz-se uma substância esclerosante que causa irritação na parede da veia, provocando o seu endurecimento e posterior eliminação.
A substância esclerosante mais comum é a glicose hipertônica, mas existem outras substâncias que podem ser usadas isoladas ou misturadas. A sessão pode ser realizada em diferentes formas:
Escleroterapia Líquida
Utilizada para vasos de pequenos calibres, os famosos vasinhos ou aranhas. Realizada com a glicose hipertônica somente ou misturada com outras substâncias usadas para potencializar a ação ou para tornar a solução menos viscosa e com isso diminuir o perfil da agulha (deixando a sessão menos dolorida)
A sessão pode ser medida pela quantidade de líquido, número de punções ou até por tempo, mas o mais importante é confiar no seu médico. O número de punções ou quantidade de líquido injetado não necessariamente é indicativo de maior eficiência de resultado. Diferentes profissionais lançam mão de técnicas e porcentagem de medicamento usado na solução distintos para realizar o mesmo tratamento, interferindo diretamente no resultado final.
Escleroterapia
com Espuma
A Espuma pode ser utilizada em todos os tamanhos de vasos e veias. A substância é formada com a agitação do medicamento, que, em contato com o ar ambiente, se transforma em espuma através de um sistema de três vias. Ela pode ser injetada em várias concentrações, dependendo da profundidade e do diâmetro do vaso. Em cada sessão, é permitida uma quantidade máxima de espuma a ser injetada. O princípio deste tratamento é fazer com que as microbolhas produzidas mantenham maior contato com a veia durante o maior tempo possível.
A punção por ser feita diretamente com agulha de insulina, scalp (borboleta) ou jelco, ambos com diferentes tamanhos. Outras ferramentas podem ser utilizadas para melhorar a técnica e resultados, como fleboscópio, realidade aumentada e Ultrassom.
O curativo também tem suas variações, mas sempre mantendo a compressão através de meias elásticas ou faixas elásticas.
Escleroterapia Congelada
Uma geladeira especial congela a substância que será injetada. Como está no estado sólido é necessário um perfil de agulha maior (pode gerar um desconforto um pouco maior dos que os tipos descritos anteriormente). O princípio desta técnica é causar um espasmo e manter por mais tempo o líquido esclerosante em contato com a veia.
Escleroterapia Física
Laser Transdérmico e Radiofrequência
Laser é o método mais utilizado quando se opta por Escleroterapia Física para realização do tratamento. O vaso alvo é atingido por uma luz potente capaz de causar dano térmico. Isto se chama termo ablação seletiva. Significa que a luz do laser, no caso Yag 1064, tem um comprimento de onda específico que atinge o vaso. Com isso, ele é capaz de atravessar a pele e atingir o vaso sem queimar a pele.
Para este procedimento utiliza-se um resfriador de pele, para protegê-la do calor produzido ao atingir o vaso. O tratamento é indicado para vasinhos e microvarizes. Para veias indesejáveis do rosto, também é o método mais indicado e utilizado atualmente.
CLaCS
Crio Laser Crio Escleroterapia
A associação da escleroterapia a Laser com escleroterapia líquida deu origem a um tratamento que melhorou os resultados e evitou a cirurgia em até 86% de mulheres com varizes.
Hoje, o CLaCS, é o tratamento mais moderno para o tratamento de microvarizes, além de ser seguro e eficaz.
O tratamento é realizado no consultório, mas avaliação é extremamente indicada. A safena precisa ser avaliada, pois se houver alteração este método deixa de ser o indicado. É necessário ainda analisar o diâmetro das microvarizes a serem tratadas para garantir maior acertividade no resultado.
Auxiliares Poderosos em uma Escleroterapia:
Fleboscópio
Aparelho com um led vermelho que realça a veia, identificando – a por transparência.
Muito útil para identificar veias nutridoras no exame clínico vascular.
Auxilia também na marcação pré operatória de varizes e no tratamento com punções diretamente na veia.
Realidade Aumentada
aparelho que foi projetado inicialmente para ajudar a punção de veias difíceis, principalmente de crianças. O Cirurgião Vascular importou esta tecnologia que é capaz de ver veias até 0,7 mm, funcionando como um GPS. Ajuda principalmente a identificar veias nutridoras, responsáveis por formar a rede de vasinhos que incomodam tanto.
Lupa com Luz Polarizada
Além de produzir uma magnificação do vaso por causa da lupa, a luz polarizada permite a visibilização em um nível pouco mais profundo, não produzindo reflexo, permitindo ver as teleangiectasias com muito mais detalhes.
Resfriador de pele (Crio)
Resfriador de pele joga jatos de ar gelado entre 20 e 30 graus negativos. Além de proteger a pele, fornece uma leve analgesia durante a escleroterapia.
Ultrassom
Ferramenta indispensável para o Cirurgião Vascular. Usada desde o diagnóstico, o ultrassom é utilizado em todas as fases do tratamento.
Direciona a punção, principalmente de veias profundas, permitindo acesso preciso para o tratamento de safenas, tributárias, recidivas e varizes ciáticas.
Perguntas mais comuns
Escleroterapia pode ter Efeito Colateral?
A escleroterapia é considerada um procedimento seguro e de baixa complexidade. Alguns efeitos colaterais mais comuns, e que costumam desaparecer em alguns dias, são:
- Inchaço no local da aplicação;
- hematomas no local da aplicação ou na região tratada;
- Desconforto ou coceira
- formação de pequenas bolhas (raro);
- reações alérgicas ao esclerosante, no caso da modalidade com espuma (muito raro).
- No caso da espuma também existe o risco de nodulaçoes doloridas e manchas.
Existem cuidados após realizar a escleroterapia?
É importante seguir atentamente as recomendações do seu médico para evitar qualquer tipo de problema e garantir o sucesso da aplicação.
- não tomar sol por 5 dias;
- não realizar exercícios físicos no dia da sessão;
- Não entrar em piscina no dia da sessão;
- não se depilar nas primeiras 24 horas após a aplicação;
- As meias elásticas não são um consenso na literatura, mas em alguns casos pode ser utilizada;
- No caso da espuma sempre se associa ainda o uso de meia elástica e a prática de caminhar por 15 minutos logo após a sessão.
O Tratamento é Definitivo?
A escleroterapia é um tratamento bastante eficaz quando realizada seguindo algumas diretrizes:
- Avaliação por um médico especialista em Vascular (membro da SBACV);
- Mapeamento de todas as veias, safenas, tributárias e telangiectasias;
- Veias maiores tratadas primeiro, até finalizar com os vasinhos;
- Tratamento personalizado, sendo que para isto pode ser necessário agregar mais de uma técnica;
- Persistência até a finalização.
Seguindo estas diretrizes, o tratamento será definitivo para aquele vaso tratado. O que pode acontecer é o surgimento de novos vasos doentes em outros lugares. Lembrando que o aparecimento tem as seguintes causas:
- Genética (fator mais importante);
- Passar muito tempo em pé ou sentado;
- Traumas locais;
- Utilização de hormônio (anticoncepcional, reposição hormonal);
- Gestação.
*** Então, sabendo que novos vasos doentes podem aparecer, a melhor forma de manter suas pernas bonitas e saudáveis é manter o retorno regular ao consultório médico, que, após o término do tratamento inicial, deverá ser anual ou a cada dois anos, dependendo da predisposição de cada organismo.